quarta-feira, novembro 08, 2006

O amor é um lugar estranho...

O amor é um lugar estranho… e por vezes doloroso!
Amamos, sorrimos, sofremos, choramos. Muitas vezes é esta a verdadeira dimensão do amor (sentimento tão belo e que ao mesmo tempo se pode transformar num autêntico fosso sem fundo). Amamos quando finalmente encontramos aquela pessoa, alguém que nos faça levantar e achar o mundo cada vez mais belo. Sorrimos quando pensamos nessa mesma pessoa e nos momentos que podemos vir a passar com ela. Sofremos quando percebemos que afinal, há um longo mar entre nós e a tal pessoa é inalcançável, então choramos e o mundo torna-se negro, como um nevoeiro intenso que sentimos jamais conseguir ultrapassar.
No entanto, o ser humano parece ser alguém que gosta de sofrer as mazelas do amor. Gosta de voltar a navegar neste círculo vicioso de emoções e sentimentos e voltar a perder-se e a afogar-se no tal nevoeiro que teima em não deixar o sol entrar.
Todos nós gostamos de nos sentir como se estivéssemos a planar sobre o mundo, como se nada mais importasse, como se o mundo inteiro estivesse na imagem daquela pessoa que para nós é um mundo. No entanto, a imagem começa a ficar desfocada, corremos para tentar alcançá-la, gritamos cada vez mais alto para ela não nos deixar. Mas existe algo mais forte que teima em afastá-la de nós, em insistir para que voltemos para o nevoeiro do quotidiano.
Pois é, a cada dia que passa começo a chegar à conclusão que ninguém consegue resistir a esse grande ciclo vicioso que se chama amor. Por mais que tentemos fugir, mais depressa ele nos persegue e insiste em levar-nos com ele para um mundo que nos vai conduzir a um caminho incerto e íngreme, no qual temos de avançar passo a passo sem podermos calcular as consequências dos nossos actos. Um caminho que nos poderá conduzir a sentimentos contraditórios que conseguem pôr o nosso coração a bater num ritmo acelerado e a ficar cada vez mais despedaçado.
Não há fuga possível por isso só resta uma solução entrar no círculo vicioso e esperar que ele um dia se abra e nos deixe ver a imagem por detrás do nevoeiro.

"Boa noite, eu vou com as aves " (frase de Eugénio de Andrade)

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